terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Efeitos dos raios solares nos cabelos

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Todo mundo tem pelo menos alguma noção de que os raios solares causam danos à saúde. Por isso, dermatologistas sempre recomendam que a gente não saia de casa sem filtro solar. Contudo, talvez não tenhamos sempre em mente que a radiação solar também tem efeitos nos nossos cabelos. Como vimos no último post, o sol pode desempenhar papel crucial no ressecamento e porosidade dos fios da coroa. O artigo abaixo fala um pouco sobre o assunto e mostra que os danos podem ser bem mais profundos do que imaginamos. 

Obs: O artigo original em inglês traz alguns termos mais específicos da Química que eu, como leiga, traduzi da forma que consegui. Caso você note algum erro e queira me informar, ficarei agradecida! 


Via Hairscapades (tradução e adaptação minhas)

Com frequência, vejo muitas naturais reclamando do cabelo na região da coroa. “É seco, áspero, quebradiço, opaco, é o cabelo mais crespo que elas tem na cabeça, é o mais difícil de cuidar!”. E comigo não é diferente. O cabelo do lado esquerdo da coroa é sempre mais curto e com mais tendência a se danificar que o resto do meu cabelo, apresentando quebra e pontas estragadas. Eu aprendi, ao longo dos anos, que isso se deve ao fato de a região da coroa ser sempre a mais exposta aos elementos externos: sol, vento, chuva, radicais livres. Também achava que esta exposição apenas resultava em cutículas mais abertas e fios mais porosos, já que o cabelo que fica por baixo é mais macio e responde melhor aos tratamentos.

Quando comecei a ler o livro da Chicoro, “Grow it!”, cheguei à seção “Danos causados pelo meio ambiente” e fiquei fascinada ao aprender que os danos causados pela exposição ao meio externo são muito mais profundos que uma simples reação mecânica. Chicoro revela que o cabelo exposto ao sol sem proteção na verdade passa por uma transformação química irreversível! Como se sabe, o sol pode ser danoso à pele devido aos raios ultravioleta, UVA e UVB. Esses mesmos raios podem ser danosos ao cabelo, como o site Naturally Curly nos mostrou com este post bem informativo há alguns anos atrás:

“Muitas de nós estão familiarizadas com o clareamento do nosso cabelo quando passamos muitas horas debaixo do sol no verão. Para muitas pessoas esse é um efeito desejável. Contudo, esse efeito também sinaliza a destruição do pigmento contido no fio de cabelo como um resultado direto da oxidação da melanina, causada pelos raios UV. A radiação UV também pode causar um enfraquecimento das ligações moleculares no cabelo, levando à fratura da cutícula e do córtex do fio. Isso gera um cabelo seco, áspero, com textura mais grossa por causa das cutículas danificadas, pontas duplas e quebra.”

Contudo, em minha opinião, a Chicoro leva esta informação um passo adiante e realmente demonstra como os efeitos do sol são muito similares àqueles causados pela descoloração. Ela afirma: “como um descolorante, a oxidação causada pelos raios do sol pode destruir ou modificar a composição química e os componentes do cabelo”. Ela continua, informando que o cabelo possui um grupo chamado “grupo tiol” e esses grupos estabilizam o fio de cabelo formando pontes de dissulfeto, que contribuem enormemente para a resistência do fio (jogue “cabelo e pontes de dissulfeto” no Google e você verá muitos artigos sobre a manipulação destas pontes em processos químicos como relaxamentos e alisamentos). Esses grupos tióis também deixam o cabelo escorregadio – e nós sabemos o quanto isso é importante. Mas, uma vez que o cabelo é oxidado pelo sol, essas pontes se transformam em ácidos sulfônicos. Esses ácidos sulfônicos são grudentos e o cabelo com eles irá embaraçar com mais facilidade. E isso não é legal. Finalmente, ela conclui atentando para o fato de que essa mudança das pontes de dissulfeto para os ácidos sulfônicos é permanente.

Então, o que isso tudo significa pra nós que estamos sendo desafiadas pelas nossas coroas? A resposta simples: prevenção e tratamento. Para o novo cabelo que ainda não foi muito exposto aos elementos externos, precisamos protegê-lo antes que o dano aconteça. Para o cabelo mais antigo, que já passou pelas alterações químicas, precisamos tomar ações de tratamento que reduzam ou eliminem os efeitos resultantes do dano. Em termos práticos, isso significa combinar as seguintes técnicas:

- Condicionamento – com tratamentos profundos com máscaras hidratantes, assim como máscaras que contenham proteína
- Hidratação – para proteger os fios do sol e combater o ressecamento
- Finalizar com produtos que contenham filtro solar
- Selar a hidratação com óleos e manteigas que ofereçam alguma proteção UV, como a manteiga de karité ou óleo de cânhamo
- Usar uma proteção que cubra os cabelos, como chapéus e lenços
- Adotar penteados protetores para reduzir a quantidade de cabelo exposta ao sol
- Não usar produtos que contenham alcoóis que ressequem nem substâncias que são “ativadas” pelo sol, como o limão

E só porque você não vê o sol não significa que não está sendo exposta aos raios UV. Mesmo em dias mais nublados, devemos estar sempre vigilantes.


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Que medidas você adota para proteger seus cabelos do sol?