terça-feira, 29 de julho de 2014

Método LOC para o inverno

Embora o Brasil seja um país tropical, em algumas regiões o inverno chega com força! Em outras, as temperaturas caem apenas alguns graus, mas a umidade relativa do ar costuma baixar bastante em relação aos meses mais quentes. A queda de temperatura e a queda da umidade fazem com que nossos cabelos reajam de forma nem sempre positiva. Fios ressecados pela baixa umidade sofrem ainda mais com a diminuição na frequência das lavagens – porque não é todo mundo que tem coragem de lavar o cabelo com a regularidade habitual em um frio de rachar!

Para essa época de friozinho, nada melhor que o método LOC. Já falamos aqui que ele é uma ótima forma de manter a hidratação no fio por mais tempo. Ou seja, ele é perfeito para o tempo frio e seco, quando lavamos menos os fios e eles acabam perdendo a hidratação mais rapidamente para o meio externo.

O método LOC é uma forma de finalizar o cabelo  (ou seja, deve ser feita após lavar e condicionar seus fios) que consiste na aplicação dos produtos seguindo uma ordem específica. 


Primeiro vem o líquido (L), que pode simplesmente ser a água que já está nos seus fios depois que você sai do chuveiro com o cabelo úmido, ou pode ser alguma misturinha que você tenha no borrifador com um ingrediente umectante (como D-Pantenol ou aloe vera), ou ainda pode ser algum leave-in bem líquido e hidratante que não pese nos seus fios (pode, inclusive, ser diluído em água e aplicado com o borrifador também, em pequena quantidade).



A próxima etapa é a aplicação do óleo (O) no comprimento e pontas dos fios que irá selar esta primeira camada de hidratação. Para o inverno, os óleos interessantes para cabelos crespos e encarapinhados com tendência ao ressecamento são os mais grossinhos. O óleo de rícino é ótimo, mas o óleo de abacate e o azeite de oliva também dão conta do recado. O óleo de andiroba é um caso à parte, porque apesar de ser grosso em baixas temperaturas, ele não pesa nem fica tão gorduroso quando erramos a mão e aplicamos muito. Por isso, é uma boa opção para ser misturada ao óleo de rícino!



Finalmente, a terceira etapa consiste na aplicação de um creme (C), que pode ser um creme de pentear bem consistente, ou uma manteiga vegetal (manteiga de karité, por exemplo). A etapa C irá selar o óleo e formar a terceira camada de proteção no cabelo. Se você não tem restrição em relação ao uso de produtos com silicone, aposte em um creme de pentear que contenha esse ingrediente. Além de o produto selar a hidratação com bastante eficiência, o cabelo também ficará mais resistente às eventuais garoas ou sereno que você possa pegar à noite.


Aplicado o creme, você poderá deixar o cabelo secar ao natural (wash and go) ou fazer twists/tranças para um visual diferente no dia seguinte (twist out/braid out).



O método LOC é ótimo para o ano todo, basta variar os produtos de acordo com a estação. Mesmo no inverno, eu consigo manter o cabelo até o terceiro day after, pelo menos. Se você ainda não experimentou, tente. Se já é adepta, aposte em produtos mais consistentes nesse clima mais seco e o seu cabelo vai agradecer!

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Como tratar do cabelo crespo curto?


Aqui no blog já falamos diversas vezes da importância de proteger os fios para que todo o trabalho que temos durante aqueles tratamentos maravilhosos não vá por água abaixo - ou travesseiro adentro...

Há um tempo atrás, recebi uma sugestão de uma leitora que pedia dicas de proteção para quem está finalizando a transição ou que acabou de passar pelo big chop e cujos cabelos estão curtos ou curtíssimos. Apesar de eu, pessoalmente, não ter colocado em prática muitos destes procedimentos por puro desconhecimento na minha época de cabelo curto, pensei em algumas coisas que podem ajudar as novas naturais a construírem suas rotinas de tratamento. Aqui vão algumas dicas!

Penteados para a transição
Se as tranças e twists não funcionam muito bem no seu cabelo para disfarçar a diferença entre a parte crespa e a esticada, opte pelos penteados presos. Coques e outros penteados presos mais elaborados escondem a "fronteira" entre o cabelo relaxado e o natural e também protegem seus fios da manipulação diária e dos agentes externos. Dê uma olhada aqui, aqui e aqui.

Proteja o cabelo na hora de dormir
Independentemente de comprimento, a regra número um das naturais é sempre evitar dormir sem nenhum tipo de proteção na cabeça. Seja um lenço, uma touca ou uma fronha de cetim, é importantíssimo evitar que seus fios sofram com o atrito com o travesseiro. Dependendo do comprimento do seu cabelo, o método de proteção pode ser mais (ou menos) eficaz - teste e descobra o que funciona melhor!

Evite xampus com sulfato
Relembrando a minha jornada capilar, percebi que meus cabelos deram um grande salto quando parei de usar xampus com sulfato. Eles deixavam meu cabelo "espetado" (o cconhecido "frizz"!) e atrapalhavam bastante a definição dos cachinhos. Opte por xampus sem sulfato e nunca esfregue seu cabelo como nos comerciais de xampu! Dilua o produto em água e ponha em um frasco com bico aplicador para que ele possa ser colocado diretamente no couro cabeludo. 

Co-wash
Se o seu cabelo está super curto e você sente que as lavagem com xampu sem sulfato ainda assim estão sendo um pouco demais, que tal experimentar lavar seus fios com condicionador? Cabelos curtíssimos são fáceis e rápidos de lavar, e o condicionador, além de limpar, já proporciona alguma hidratação. Assim, você poupa tempo no seu dia-a-dia pulando a etapa da máscara de tratamento naquelas lavadas mais apressadas de meio de semana.


Dividir para conquistar
A partir do momento em que você sentir que tem comprimento para trabalhar com seu cabelo dividido em seções, faça!  Geralmente, quando nossos cabelos já estão indo de curtos a médios, a divisão em seções já se torna uma necessidade. Dividir o cabelo em 4, 6 ou 8 partes poupa bastante tempo e energia, seja ao lavar com xampu, ao desembaraçar ou ao finalizar com creme de pentear ou gel - seus braços e fios agradecem!

Método LOC
Outra descoberta fundamental na minha jornada foi o método LOC. Selar a hidratação no fio seguindo esta ordem - primeiro o líquido, depois o óleo e finalmente o creme - fez uma diferença enorme a médio e longo prazos. Se o seu cabelo estiver bem curtinho, coloque o óleo vegetal apenas nas pontinhas e, conforme seus fios forem crescendo, vá "subindo" com o óleo para até metade do comprimento.

Pente grafo + borrifador = seus amigos da manhã
Muitas meninas reclamam que, com cabelos curtos, não conseguem ter um day after razoável. Como o cabelo curto fica solto dentro da touca, do lenço ou em contato com a fronha de cetim, é inevitável que amasse enquanto dormimos. Borrifar um pouco de água, selando a hidratação com seu creme de pentear e/ou óleo favorito é uma forma de disfarçar o amassado sem ter que enfiar a cabeça debaixo do chuveiro e refazer toda a finalização. O pente garfo ajuda ainda mais, puxando a raiz e dando volume. 

É muito importante ter em mente que o day after nunca ficará exatamente igual ao dia em que lavamos o cabelo. É totalmente normal termos diferenças na definição dos cachos, no brilho dos fios e no volume do cabelo de forma geral. Essas diferenças não são problemas que precisem ser solucionados, são condições com as quais precisamos aprender a conviver e usar a nosso favor.

Reconsiderações
Também precisamos saber que é necessário abrir mão de certas coisas. Você está acostumada com cabelo comprido? Diante da possibilidade de um big chop (grande corte) o cabelo comprido vai ter que ficar para depois... Da mesma forma, o visual do "cabelo comprido" vai ser dificultado pelo encolhimento, que é absolutamente normal, do cabelo natural. Você gosta de usar o cabelo solto? Nem sempre, em todos os momentos e em todas as fases da sua jornada capilar, vai ser possível usar o cabelo solto - seja por uma questão de proteção mesmo, ou de visual, apenas. Você tem medo de ficar feia usando uma touca ou lenço na frente do(a) parceiro(a)? É uma questão de escolher entre ter cabelo bonito na hora de dormir ou durante o dia seguinte inteiro...

O processo de transição e o primeiro ano de cabelo natural são períodos difíceis para a grande maioria de nós. É o momento em que estamos aprendendo a cuidar do nosso novo-velho cabelo e estamos nos acostumando com a nossa imagem no espelho. Contudo, essa dificuldade pode ser amenizada com a devida informação, reflexão e paciência.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Lavando seu cabelo sem medo

Fonte

Há algum tempo atrás, eu falei aqui no blog sobre diluir o xampu para deixá-lo mais suave. Já tem algum tempo que venho fazendo isso e tenho obtido resultados muito bons.


De tempos em tempos eu preciso usar um xampu anticaspa. Das opções disponíveis nas farmácias experimentadas por mim, o melhor foi o Head and Shoulders Anti Coceira. A indicação de uso é aplicá-lo uma vez, esfregar, enxaguar e repetir a operação. Sinto que o produto é bem eficiente para o que se propõe e ainda deixa uma sensação bem gostosa e refrescante após a lavagem. Mas - e sempre tem um "mas" - esse xampu contem sulfato!

Xampus com sulfato fazem com que meu cabelo se desintegre (eu sempre termino com um bolo de fios arrebentados na mão e no ralo do box). Então como lidar com essa situação?


Conversando com a amiga cacheada Eliane Serafim, resolvi apostar na técnica da diluição também para o xampu com sulfato. Em uma proporção de uma parte de água para uma de xampu, arrisquei aplicá-lo duas vezes como manda o figurino. E com um pequeno detalhe que fez toda a diferença: protegi o comprimento do cabelo com condicionador antes de colocar o xampu no couro cabeludo.

Resumidamente, os passos da lavagem foram os seguintes:
  • Antes de entrar no chuveiro, separei meu cabelo em 10 seções.
  • Umedeci cada uma delas com água e condicionador, desembaracei e fiz um twist em cada seção.
  • Lavei uma seção por vez com o xampu diluído, aplicando-o e massageando apenas o couro cabeludo, sem desmanchar o twist - para isso, basta deixar a raiz "frouxa", assim seus dedos entram facilmente através do cabelo.
  • Para enxaguar, desmanchei um twist por vez e refiz após o enxágue.
  • Apliquei novamente condicionador nos fios e repeti a operação com o xampu.
  • Enxaguei tudo junto, o xampu com o condicionador, novamente desfazendo um twist por vez e refazendo-o depois de retirar todos os produtos dos fios.

Ao passar para a etapa seguinte (máscara de tratamento) meu cabelo não estava embaraçado em demasia e as pontas, graças ao condicionador que apliquei antes, não haviam ficado ressecadas por causa do xampu.

Cabelo seco, no dia da lavagem: definição e encolhimento
normais

Meu cabelo continuou no lugar e, de fato, correu tudo como deveria correr: sem embaraço excessivo nem fios arrebentados entupindo o ralo. E o efeito de limpeza continuou nos dias seguintes, pois não tive caspa nem coceira!

Três dias depois da lavagem: couro limpíssimo;
a definição permaneceu sem ressecamento

Esse é um método que vou definitivamente repetir no futuro. Desta forma, me senti bem mais segura para usar o xampu anti caspa contendo sulfato. Se você possui xampus com sulfato dos quais precisa se livrar antes de partir para os sem sulfato, esta é também uma forma interessante de ir acabando com seu estoque. E mesmo que você já use um xampu sem sulfato, pode tentar este método combinado da diluição + proteger os fios com condicionador + aplicar o xampu mais de uma vez , caso sinta que seu cabelo vem sofrendo com o ressecamento causado pelo xampu mas seu couro exija uma limpeza mais efetiva.


*** Editado dia 14/06 às 14:35 *** Opa! Voltei aqui para dar os devidos créditos a quem os merece: a técnica da lavagem com xampu diluído + proteção dos fios com condicionador a Eliane aprendeu com a Terapeuta Capilar Jô Rezende! Um imenso obrigada à Jô por ter dividido o conhecimento e à Eli por compartilhá-lo comigo =)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O que realmente limpa o cabelo?

Fonte

Semana passada eu postei na página do Facebook do Ame seu Crespo um artigo do blog The Natural Haven. A JC, autora do blog, é cientista e resolveu unir o útil ao agradável: passou a realizar experimentos científicos com os cabelos crespos, já que ela própria os possui.

Nos últimos meses, ela vem realizando testes com alguns produtos higienizadores para verificar qual deles seria o mais eficiente. Para isso, ela usa seus próprios fios que caem naturalmente, sujos, ou seja, com os produtos que ela aplica no dia a dia para a manutenção do cabelo. Através das fotos que ela obtém com a ajuda de um microscópio, podemos visualizar a camada de oleosidade depositada sobre os fios antes da lavagem e o estado deles após o processo.

Inicialmente ela verificou a limpeza proporcionada pela lavagem com condicionador (co-wash). Contrariando quem não acredita que co-wash limpa os fios, o condicionador conseguiu tirar quase toda a oleosidade dos fios, quase tanto quanto o xampu! 

Xampu X Condicionador: os pontinhos circulados são o que sobrou do óleo
 (clique na imagem para ampliar)
Fonte

Da mesma forma, ela testou dois tipos de argila (que lá nos EUA são encontradas até engarrafadas e prontas para serem usadas como higienizador dos fios). As argilas também se mostraram bem eficazes na retirada da oleosidade dos fios, de maneira similar à lavagem com condicionador.

Após lavagem com um dos tipos de argila: o pontinho
circulado é o que sobrou do óleo.
Fonte

Finalmente, ela resolveu testar o bicarbonato de sódio e o vinagre de maçã, que algumas pessoas alegam ser adequados para retirar resíduos acumulados nos fios. E aí surgiu a grande polêmica: tanto o bicarbonato de sódio quanto o vinagre de maçã não retiraram nada (ou quase nada) da oleosidade acumulada no fio!

Após lavagem com bicarbonato: uma camada bem espessa
de oleosidade permanece no fio.
Fonte

Confesso que para mim também foi bastante surpreendente que o bicarbonato, especialmente, não tenha sido nem um pouco eficaz na retirada da oleosidade do cabelo, justamente porque ele é indicado como um passo inicial para quem quer aderir ao no poo e como alternativa aos xampus antirresíduos, que contém uma concentração alta de sulfato e acabam sendo agressivos às nossas madeixas.

Devemos considerar que a JC usa seus próprios cabelos nos testes e que seus fios carregam todos os produtos que ela usa em sua rotina de cuidados – como ela mesma fala, é uma usuária assídua de óleo de coco, então nas fotos do microscópio podemos ver uma camada significativa sobre os fios que ela usa. 

“Note que sob o microscópio podemos apenas ver a camada de óleo mas não vemos os pequenos depósitos de produtos acumulados ou de condicionador (seria possível ver com instrumentos específicos mas não com o meu microscópio!). Rigorosamente falando, esse experimento responde ao questionamento de o quão bem o método de lavagem X remove a oleosidade do cabelo.”
Fonte (tradução minha)

Não sabemos dizer se o bicarbonato de sódio retiraria a oleosidade natural de um fio que não receba nenhum produto cosmético, como máscaras de tratamento, condicionadores ou cremes de pentear. De toda a forma, é seguro afirmar que esta não é a realidade da maioria das naturais, já que em geral nós usamos sempre algum produto que contenha óleo para reter a hidratação nos nossos cabelos.

Contudo, se você faz no poo e tinha dúvidas sobre a limpeza proporcionada pela co-wash, fique tranquila: desde que todos os seus produtos sejam liberados, livres de silicones e petrolatos, o seu condicionador dá conta do recado.