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Por Chinwe, do Hair and Health, via BGLH
(Este artigo foi inspirado em uma conversa que tive com uma adorável natural, minha irmã, Jacqueline)
Para algumas naturais, o cabelo na área da coroa é mais suscetível à quebra do que o de outras partes da cabeça. A origem dessa suscetibilidade pode ser algum tipo de trauma ou dano nos folículos capilares. Por outro lado, a origem pode estar em um nível mais superficial, como uma diferença de textura, densidade ou padrão de cachos do cabelo em diferentes regiões do couro cabeludo.
As possibilidades acima e muitas outras já foram mencionadas anteriormente em artigos sobre cuidados com os cabelos. Contudo, uma possibilidade que é raramente discutida é a de que a quebra na área da coroa seja devida à alta porosidade dos fios. Vamos falar sobre isso hoje.
1. O que é porosidade?
Muitos de você já devem saber o que é porosidade, mas aqui vai uma breve explicação para aqueles que nao sabem.
A camada mais externa do fio de cabelo é chamada de cutícula. Ela essencialmente protege o córtex (a camada mais interna do fio). A cutícula é composta por numerosas escamas que se sobrepõem umas às outras, como que deitadas, ou então um pouco mais levantadas, o que influencia na troca de água (hidratação) entre o córtex e o ambiente externo. É aqui que a porosidade entra em cena.
Algumas naturais tem fios relativamente porosos devido às escamas da cutícula que são levantadas ou, em casos extremos, que estão danificadas ou faltando. Outras naturais tem fios quase impermeáveis ou baixa porosidade devido às escamas que são bem deitadinhas umas sobre as outras. Finalmente, há também aquelas que se encontram num meio termo, o que algumas pessoas chamam de porosidade normal.
2. Como a porosidade e a quebra estão relacionadas?
Assim como seus fios de cabelo, ao longo da cabeça, podem ser uma mistura de diferentes texturas (fino e áspero), padrões de cacho (4A e 3C, por exemplo) e densidades (alta e baixa), eles também podem apresentar uma mistura de porosidades, principalmente depois de passar por danos. Por exemplo, enquanto o resto do seu cabelo pode ter baixa porosidade, a região da coroa pode ter porosidade mais alta. Consequentemente, podem ser necessárias duas formas diferentes de cuidar dos cabelos: uma para a região da coroa e outra para o resto do cabelo. Sem levar isso em consideração, pode-se acabar cuidando desta região da coroa de forma inapropriada (achando que toda a cabeça tem baixa porosidade), o que pode levar á quebra nesta região.
Algumas de vocês podem perguntar “O que causa a diferença de porosidade entre a coroa e o resto do cabelo?”. Bem, uma possibilidade pode ser a exposição direta aos raios ultravioleta do sol, como discutido nesta postagem da Shelli, do Hairscapades. A ideia é que, por conta desta exposição direta aos raios, a área da coroa é mais suscetível a danos em um nível estrutural. Quais são as outras possibilidades? Minha irmã cogitou a possibilidade de dano devido à exposição ao calor (por exemplo, anos usando aqueles secadores de pé). Há alguns estudos que associam altas temperaturas com este tipo de dano (Annals of Plastic Surgery, Junho de 2000; Volume 44, Nº. 6, p. 581-90). Eu também acrescentaria uma terceira possibilidade: danos no folículo capilar devido a anos de uso de relaxamentos. Dito isto, sabemos que dano neste nível (do folículo) pode causar prejuízo no crescimento dos cabelos, fios mais fracos e diferença de textura. Danos neste nível poderiam também afetar porosidade, desde o ponto em que o fio de cabelo começa no folículo capilar? Hmm...
3. O que se deve fazer para reduzir a quebra na area da coroa que está ligada à porosidade?
Assumindo que a sua coroa seja mais porosa (e com tendência ao ressecamento) do que o resto do cabelo, é uma questão de ajustar a sua rotina de cuidados à esta diferença. Algumas possibilidades de ajuste voltadas para esta região porosa da coroa são: incorporar tratamentos com proteína , evitar o uso de calor e manipular o cabelo de forma gentil. Para mais detalhes, confira esta postagem do BGLH.
Antes de qualquer coisa, procure saber o que há nessa região da coroa que a faz ter mais probabilidade de quebrar. Por favor, consulte um dermatologista para descartar qualquer tipo de problema médico.
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Como boa e velha natural, não estou livre disso. Desde o início da minha jornada percebi que a região da coroa, ou o topo da minha cabeça, era completamente diferente das laterais e da parte de trás: ela não forma cachos em forma de espiral, os fios são mais grossos e ásperos e com uma forte tendência ao ressecamento. A estratégia que eu encontrei para reduzir a possibilidade de quebra destes fios foi caprichar mais na quantidade de óleo e creme na finalização, deixar a máscara de hidratação agir por mais tempo e usar máscaras com proteínas regularmente, mas com parcimônia.
E você, nota essas diferenças nos seus cabelos? Como você lida com elas?