quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O que eu andei fazendo com meu cabelo



Nestes longos meses sem postagem, experimentei algumas coisas novas na minha rotina de cuidados com os cabelos. Apostei mais em máscaras com proteínas e produtos com silicones, adotei com mais frequência o desembaraçar apenas com os dedos e deixei um pouco de lado os penteados protetores. Vou contar um pouco da minha experiência com cada um deles.

Proteína = quebra
Por estar usando xampu com mais frequência, achei que meu cabelo poderia estar precisando de proteínas. Testei duas máscaras queridas de muitas naturais e não naturais aprovam: a Masquintense (Kérastase) e a Anti-Age (Amend).

Minha experiência com a Masquintense foi ótima. Ela deixa o cabelo supermacio e facilita muito na hora de desembaraçar (eu sempre aproveito a aplicação das máscaras para desembaraçar meus fios).

Já com a Anti-Age... Bom, primeiro eu devo dizer que não foi uma experiência inédita. Eu já havia usado a Anti-Age há bastante tempo, logo que comecei a pesquisar sobre cuidados para cabelos crespos. Na época, não gostei do resultado: meus fios ficaram enrijecidos, os cachos não se formaram direito. Enfim, ficou um aspecto de algodão, mas sem a leveza. Depois de tantos anos, achei por bem dar uma nova chance à máscara. E não deu certo novamente... Apesar de na primeira aplicação meus fios terem ficado “OK”, na segunda eu já notei todos os efeitos desagradáveis voltando. E para completar, meu cabelo aparentemente saturou de proteína e quebrou bastante!

Por conta dessa quebra mais acentuada, aboli os pentes e escovas. Desde então, ando desembaraçando meus cabelos apenas com os dedos e a quebra diminuiu drasticamente!

O proibido e a caspa
Também procurei por produtos mais emolientes e hidratantes. Acabei comprando a Hidratação Instantânea Oro Argan (Bioderm). 

A questão é que ela contém um silicone proibidão, Phenyl Trimethicone. Para a minha surpresa, a hidratação foi bem além do que esperava! Pensei que ela seria um mero condicionador em uma embalagem diferente, mas realmente é uma hidratação poderosa! Meus cabelos ficaram supermacios e brilhosos, a ponto de outras pessoas notarem a diferença (sabe como é, tem produtos que só nós mesmas vemos funcionar nos nossos fios...).

A parte ruim, e que eu só notei com o uso mais prolongado, foi o aumento da caspa. Pode ter sido mera coincidência (na mesma época começou a temporada de calor, estava mais estressada, com o dia-a-dia mais agitado), mas eu acredito que o silicone proibido no produto tenha contribuído para isso.

Resgatando velhos hábitos
Logo que notei a possível relação de causa e efeito, parei com o uso da hidratação e voltei às máscaras totalmente liberadas que já tinha aqui, como a Relaxima Care (Matrix). Além disso, voltei a borrifar água com pantenol, assim como usar a Máscara Banho de Gelo (Haskell) para higienizar o couro cabeludo. Depois de uma semana as caspas voltaram ao normal! Ufa!

O preço do abandono
Por fim, resolvi sair um pouco da minha rotina de penteados protetores e usar mais o cabelo solto, em puffs ou em penteados que não escondessem as pontinhas. Resultado? Estou pagando meus pecados... Os penteados protetores fazem uma diferença IMENSA, que a gente só percebe quando deixa de usá-los. Eles realmente poupam os fios de diversas agressões e ajudam muito a manter a hidratação. Usar o cabelo constantemente solto não é uma boa pedida para quem quer poupar os fios do ressecamento...

Que lições eu aprendi?
  1. Nunca mais vou abandonar meus penteados protetores da forma que fiz nos últimos meses.
  2. Alguns produtos “proibidos” podem fazer muito pelos fios, mas é preciso ter cautela e prestar bastante atenção em como o cabelo se desenvolve com o tempo.
  3.  Meus fios definitivamente não precisam de tanta proteína. Daqui para frente, só Masquintense, e mesmo assim de vez em quando.
  4. Desembaraçar sempre que possível com os dedos. Os fios agradecem!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

"Estiquei meu cabelo e agora ele não quer mais cachear!"

Fonte

Na semana passada vimos uma das consequências do uso do calor nos fios. Hoje, resolvi comentar sobre uma queixa que no início me surpreendeu, mas agora percebo que é bem mais comum do que imaginava. Vez ou outra, leio relatos de meninas desesperadas, contando que fizeram escova seguida de chapinha ou baby liss e, mesmo após lavarem o cabelo, seus cachos não se comportaram mais como antes: ficaram indefinidos ou esticados, disformes.


"Por que isso acontece?"
O calor muito intenso e direto pode alterar a estrutura do fio de forma definitiva. Acredita-se que ele afete as pontes de hidrogênio (aquelas que permitem que o cabelo molhado seja “moldado” por bobes, twists ou por uma escova após seco), ao mesmo tempo em que causa perda de proteínas do fio. A combinação desses dois fatores muda o formato do cabelo de forma irreversível



"E agora, o que eu faço?"
Quando se estica o cabelo com secador e prancha muito quentes e ele se altera, tratamentos à base de proteína podem ajudar, até certo limite, os fios a voltarem ao seu formato original, pois repõem as proteínas perdidas no processo. O uso contínuo e prolongado do calor pode gerar uma perda proteica tão grande que o fio enfraquecerá a ponto de quebrar


Quais temperaturas são seguras para usar no cabelo? 
Sempre que se aplica algo quente nos fios eles sofrem, em algum grau (pense na sua roupa, que vai ficando desgastada ao longo do tempo com o uso do ferro de passar, mesmo que você use na temperatura indicada como adequada). Por isso, o melhor é evitar o uso de calor

Quando não houver outra saída, procure usar um protetor térmico e um aparelho que tenha regulagem de temperatura. Neste caso, prefira as temperaturas até 150°C, que fazem com que o cabelo perca hidratação, mas não sofra consequências mais graves. De 160 a 175°C o cabelo, além de ficar desidratado, pode sofrer alguma deformação plástica permanente – o cabelo irá voltar ao seu estado “normal”, mas não exatamente como era antes (justamente o problema relatado pelas meninas que fazem escova e o cabelo fica “estranho” após lavar novamente). Finalmente, acima de 200°C, o cabelo derrete, e aí não adianta chorar sobre o leite derramado! 


“Heat training”: o que é isso? 
Existem pessoas que usam esta consequência a seu favor. Este procedimento é chamado de heat training. Ele consiste em “abrir” os cachos de forma gradual, com o uso controlado de calor aplicado diretamente nos fios. O cabelo, após algumas sessões de secador e chapinha, não irá mais enrolar ou encolher como antes, ainda que seja molhado. 

As adeptas do heat training alegam que o processo de deixar o cabelo menos crespo com o auxilio do calor ajuda a evitar o embaraço exagerado, os nós de fada e, portanto, proporcionaria a retenção do comprimento, ampliando a gama de penteados e estilos possíveis de se fazer no cabelo. 

Existem algumas naturais no YouTube, como a Longhairdontcare2011, que praticam o heat training e são bem sucedidas (olha só o tamanho do cabelo dela no vídeo abaixo!). Mas ela mesma reconhece que este método não é para todas e deve ser feito com muita cautela. Considerando que dificilmente algum cabeleireiro irá se propor a fazer isso, as adeptas precisam descobrir sozinhas os limites que seus cabelos aguentam - e a história nem sempre acaba com um final feliz...




Na minha opinião, cabelo esticado permanentemente por calor é sinônimo de cabelo danificado. É claro que existem procedimentos que também são danosos aos fios – relaxamentos e tinturas são, como o heat training, formas de danificar o cabelo de maneira “controlada”, já que nem todo mundo experimenta problemas como quebra exagerada, enfraquecimento e ressecamento dos fios, e muitas, a despeito dos procedimentos feitos, conseguem reter comprimento e conquistam cabelos longos e de aparência saudável. Essas pessoas possuem um cabelo que, naturalmente, é mais resistente a danos. Se o seu cabelo é naturalmente fino, frágil e só de ver um pente costuma arrebentar (como o meu!), então procedimentos que gerem danos, mesmo que de maneira controlada não são para você.




* As informações para esta postagem eu retirei deste, deste e deste site. Confira os artigos originais clicando nos links!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O papel dos nossos parceiros

Fonte

Em nossa jornada capilar, e especialmente na fase de transição, é comum escutarmos opiniões não muito encorajadoras vindas das pessoas que amamos. Dentre estas pessoas, a opinião do parceiro (namorado, noivo, marido) acaba tendo um peso muito grande na tomada de decisão das mulheres que desejam cabelo natural. 

Durante o tempo em que andei sem tempo para escrever material para o blog, minha participação na comunidade virtual natural se resumia a ler as atualizações de alguns dos fóruns de discussão de que faço parte. Ainda que em uma leitura rápida e superficial, percebi que eram muito frequentes as moças com preocupações relativas à aceitação de seus cabelos por seus parceiros. 

A insegurança aparecia antes do big chop, após o big chop, durante os tratamentos mirabolantes com receitas caseiras ou na hora de proteger o cabelo para dormir. Quase todas admitiam abrir mão deste ou daquele detalhe de uma rotina que consideravam ideal pelo temos à rejeição. Algumas, inclusive, consideravam seriamente desistir dos cabelos naturais e voltar aos alisamentos porque seus companheiros diziam não gostar de cabelos curtos ou crespos. 

Entendo que cada um de nós tenha suas preferências em termos de beleza. Mas também compreendo que, em uma relação amorosa, a fronteira da atração meramente visual já tenha sido superada e a ligação entre as pessoas envolvidas já se encontre em outro nível. Por isso, me choca ler casos como este do blog Curly Nikki, em que a mulher relata quase ter perdido seu casamento por causa do cabelo. 

O homem deste caso em especial alegou que aquela mulher pós big chop, de cabelo curto e crespo, não foi a mulher que ele conheceu (pelo que parece, ela tinha cabelo comprido e alisado na época). Além disso, também reclamou do fato de não ter sido consultado quanto à mudança. 

Bom, mudanças são inevitáveis. As pessoas engordam, envelhecem, ficam carecas; às vezes por um infortúnio ganham cicatrizes ou por um bom motivo fazem uma tatuagem. O fato é que nunca seremos os mesmos durante toda a vida e temos todo o direito de não querer sê-lo! Todos nós podemos nos reinventar e fazer diferente quando desejarmos. 

Ainda que em uma relação os parceiros possam e devam ser informados de certas decisões radicais, é preciso entender que nem sempre um dos lados vai mudar de ideia e voltar atrás só porque o outro não gostou. A consulta é importante, mas ela não pode se transformar em uma ordem ou um veto. 

Por fim, acredito no diálogo entre o casal, mas um diálogo que vá além da questão estética. Todas que passam pelo processo de volta ao cabelo natural sabem como este assunto é profundo e mexe com sentimentos. Que tal falar sobre o quanto a transição e o big chop significam para você? Seja sincera e aberta, diga como se sente, explique o que o alisamento não condiz mais com a pessoa que você é agora e que deseja ser no futuro. Mostre que a jornada para o natural é também uma jornada para sua felicidade – e duvido que alguém que ame sua parceira não vai querer vê-la feliz! Qualquer pessoa feliz consigo mesma, tenha ela o cabelo curto ou longo, crespo ou liso, loiro ou castanho, irradia beleza.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Secador + Chapinha = Bolhas no cabelo!

Fonte

A fase de transição é um momento em que muitas naturais se veem em um impasse: o que fazer com um cabelo que apresenta duas texturas? 

As diferentes texturas requerem técnicas de tratamento e estilização distintas. Geralmente, a etapa da finalização (quando se “arruma” efetivamente o cabelo) é a que dá mais dores de cabeça nas futuras naturais, especialmente quando aparte com química é bem mais lisa que a raiz. 

Em uma postagem antiga, falei sobre formas de igualar as duas texturas de um cabelo em transição sem precisar sucumbir às químicas. Contudo, nem todo mundo consegue fazer twists, tranças ou coquinhos nos cabelos, seja por falta de habilidade manual, seja porque o cabelo está tão liso que não “segura” a texturização temporária. 

Nesses casos, costuma-se optar pela escova e pela chapinha, pois esticar a raiz crespa pode ser mais fácil do que enrolar o comprimento esticado. Só que a combinação constante do calor e da tração provocados pelo secador e pela prancha pode ser trágica, tanto para a raiz que nasce natural quanto para as pontas que já estão fragilizadas pela química. 

É de consenso que o cabelo seque com o uso do secador porque a água evapora devido ao calor, certo? Sabemos que a evaporação da água nada mais é do que a sua passagem do estado líquido para o gasoso, quando ela atinge a temperatura de 100°C. Pois bem: o vapor da água que é aquecida pelo secador pode ficar preso dentro do fio de cabelo, como uma bolha. Considerando que a maior parte dos instrumentos para cabelo que esquentam atingem temperaturas bem acima dos 100°C, não é difícil de imaginar que as bolhas no cabelo sejam mais comuns do que parecem... 

Imagem mostrando um fio de cabelo com bolhas
Fonte

Um cabelo cujos fios estão com bolhas possuem textura áspera, "encaroçada", além de se tornarem bem mais frágeis. O córtex do fio fica danificado e o que aparenta ser uma bolinha é, de fato, uma bolha de ar


Os protetores térmicos funcionam? 

Os produtos que intitulam protetores térmicos, de acordo com a lógica, funcionam. Sem citar marcas, podemos dizer que um produto que se proponha a proteger o cabelo do calor do secador e da chapinha são geralmente compostos por uma combinação de proteína hidrolisada, silicones e agentes condicionantes. O princípio de ação dos protetores térmicos se baseia em três pontos: prevenir a destruição das proteínas do cabelo, prevenir a desidratação do fio e prevenir o rompimento das cutículas, fazendo com que o fio fique mais forte mesmo com o uso do calor

Calor moderado usado em períodos curtos de tempo ou eventualmente (fazer uma escova para uma ocasião específica, pranchar o cabelo ou usar baby liss uma vez na vida e outra na morte) pode não ser tão prejudicial aos fios. Sempre que for necessário lançar mão de algum instrumento que aqueça, use um produto para proteger seus fios do calor e, caso este não possa ser usado em cabelo secos, deixe os fios úmidos, não molhados/encharcados. Mas lembre-se de que a água ferve a 100 °C, portanto o uso prolongado e constante de secador e chapinha pode trazer consequências desastrosas e irreversíveis.




* As informações desta postagem foram retiradas do blog The Natural Haven. Você pode conferir os artigos originais aqui e aqui.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Adolescentes e seus ídolos

Fonte


A nossa história conflituosa com os cabelos começa na infância. Desde muito jovens, em uma idade da qual nem lós lembramos, já nos víamos às voltas com escovas, químicas, sessões dolorosas de desembaraço e comentários depreciativos. 

Contudo, é na adolescência que essa insegurança se consolida e se radicaliza. A adolescência já é, por si mesma, uma fase conturbada, quando levantamos uma série de dúvidas sobre nós mesmos, especialmente em relação à aparência. “Sou bonita o suficiente?”, “vou ser aceita em um grupo?”, “o que os meninos vão pensar de mim?”.

Sendo os cabelos um elemento tão significativo no visual, não é de se estranhar que ele seja um dos principais focos de insegurança das adolescentes crespas e cacheadas. É nesta época que muitas garotas decidem alisar os cabelos, na tentativa de não se sentirem um “peixe fora d’água”.

É nesta época também que muitas de nós escolhemos nossos ídolos, nossos modelos comportamentais e estéticos. Queremos ser como eles, agir como eles, queremos nos vestir e nos parecer com eles. Pai e mãe se tornam chatos, cafonas, caretas, enquanto o artista da TV ou aquela amiga linda e popular da escola são o máximo.

Em uma idade em que a opinião dos adultos já não parece importar tanto, qual o papel dos nossos ídolos na construção do nosso padrão de beleza? Que ídolos nos são oferecidos como modelo?

Na minha pré adolescência, imperavam os seriados americanos como Barrados no Baile: jovens ricas, bem sucedidas, lindas, loiras e... Lisas! (OK, tinha a Brenda que era morena – e talvez por isso fosse a minha favorita). Mesmo séries com atores negros mostravam atrizes com cabelos alisados.

Fonte

Só mais tarde fomos apresentados a personagens como Carrie Bradshaw, de Sex and the City, que nas primeiras temporadas combinava seu cabelo cacheado meio bagunçado com os looks mais fashion possíveis, e Kady, a filha mais nova do seriado Eu, a patroa e as crianças, talvez uma das primeiras meninas a usarem cabelo crespo solto de que me recordo.

Fonte

No Brasil, por muito tempo fomos totalmente carentes de modelos a serem admirados – lembro do entusiasmo com a estreia de Isabel Filardis e com os cachos de Ana Paula Arósio. Mais recentemente, Aisha Jambo, Taís Araújo e Sheron Menezzes, entre outras, vieram engrossar o caldo da sopa de encaracoladas da TV, ainda que algumas delas, eventualmente, tenham desfilado com cachos quimicamente tratados.

Sheron Menezzes

O grande dilema dos adultos que lidam com adolescentes às voltas com seus cabelos é mostrar a elas que sua beleza é admirável, ainda que destoe daquele padrão predominante mostrado na TV. É certo que as jovens em grande parte das vezes, tomam as mulheres adultas mais próximas (mãe, tia) como modelo de contestação e não necessariamente de imitação. Por isso e importante construir as bases desde sempre, dando como exemplo não suas palavras, mas suas atitudes – porque adolescentes detestam qualquer coisa que possa ser entendida como hipocrisia. Não peça à sua filha que ame o cabelo dela: você mesma, ame seu próprio cabelo e deixe transparecer isso em todos os aspectos da sua vida e seus atos do cotidiano.

É certo que a sabedoria vem com a maturidade, mas os anos turbulentos da adolescência podem ser um pouco mais fáceis com uma dose de compreensão e acolhimento.