Aqui no blog já falamos diversas vezes sobre assuntos relacionados ao crescimento dos fios crespos e encarapinhados. Mas é importante lembrar que, quando falamos de “crescimento do cabelo”, não estamos necessariamente querendo dizer “cabelo compridão”. Afinal, o cabelo continua crescendo e se renovando, mesmo quando o cortamos regularmente para conservar o corte ou um tamanho que mais nos agrada.
O que eu vejo das meninas que estão começando a cultivar o cabelo é uma dúvida quanto à percepção visual deste crescimento. “Meu cabelo, está estagnado! Ele não sai do lugar!”, elas dizem. Mas, tratando-se de cabelos crespos, superenrolados, o que seria este “sair do lugar”?
Bom, o que eu pude aprender ao longo da minha jornada é que, primeiramente, nossos cabelos não “tombam” com facilidade nem “crescem para baixo” exatamente como um cabelo liso. Como o nosso blackinho, ao crescer, se expande em todas as direções e além de tudo encolhe, essa percepção de crescimento pode ficar distorcida – mas ainda assim nosso cabelo está crescendo!
Outra forma de perceber o crescimento do cabelo é reparar na sua densidade ou, como eu gosto de falar, na sua “consistência”. Nosso cabelo cresce enchendo, primeiro, para depois “tombar”, se for o caso. Acho mais fácil reparar no desenvolvimento dos nossos cabelos através da sensação de “quantidade” de fios que conseguimos pegar e sentir em um rabo de cavalo ou em múltiplas mechas. Como assim? Eu explico.
A gente sabe que o cabelo tem um ritmo e um ciclo de crescimento médio, mas nem sempre todos os fios estão obedecendo a este ritmo de forma exata – por isso, depois de um tempo, percebemos que nosso cabelo vai perdendo o corte ou ficando com algumas pontas mais compridas do que outras.
Essas pontas mais compridas acabam deixando o cabelo mais “ralo” nas extremidades, dando aquela impressão de menos cabelo nas pontas, ou aquele efeito de afinamento quando fazemos tranças ou twists. Como esses fios ficam desgarrados do “grosso” do cabelo, eles ficam mais sujeitos a danos, nós de fada, pontas duplas (a máxima do “unidos venceremos” também vale para os nossos fios!) e por isso é bom que sejam cortados mesmo. Eu, pelo menos, costumo usar essas pontas mais ralas como “guia” na hora de me livrar das pontinhas velhas ao aparar o cabelo.
Meu cabelo em banding em 2011 e depois em 2013. Repare só como na foto de 2013 o cabelo está mais cheio e, apesar das aparências, ele também está mais comprido! |
Repare que quando cortamos essas pontas e deixamos todos os fios do mesmo tamanho, nosso cabelo parece mais “consistente”, mais denso. Embora tenhamos perdido alguns centímetros, o resultado final depois de uma aparada acaba sendo mais satisfatório, não é mesmo?
Como o cabelo não para de crescer, depois de um tempo o “grosso” do cabelo vai atingir aquele comprimento que as pontinhas mais compridas desgarradas atingiram. E provavelmente, quando isso acontecer, vão existir outras pontas desgarradas mais compridas, que eventualmente terão que ser cortadas... E assim sucessivamente.
Na foto de 2012, as pontas estão visivelmente mais ralas. Na foto de 2013, as pontas estão mais "cheias" e o cabelo mais comprido mesmo após aparar os fios "desgarrados" |
Por isso é importante cuidar muito bem das pontas, para que, após a retirada das pontas desgarradas, esse “grosso” do cabelo não se danifique, arrebente, quebre, tornando-se ralo novamente por causas não naturais. Quando a gente conserva, hidrata e protege as pontas, evita que elas se deteriorem mais do que o inevitável.
Concluindo: para saber o quanto seu cabelo tem crescido, repare na densidade dele, a partir do meio do comprimento até as pontas. Se possível, tire fotos do seu cabelo com o mesmo tipo de finalização de 4 em 4 meses ou de 6 em 6 meses (um intervalo de tempo razoável para perceber diferenças de tamanho em cabelos muito enrolados e para aparar as pontas). Se você acha que no fim das contas o comprimento é o mesmo, repare nas pontas, se elas estão mais densas e formam mechas de espessura mais uniforme, desde a raiz. Se isso acontecer, parabéns! Você tem sido eficiente em manter o comprimento dos fios! Só tenha em mente que o cuidado deve ser constante e para sempre: nunca descuide das suas pontas, de forma que você consiga levar o “grosso” do cabelo ao tamanho que você deseja, caso você deseje fios mais longos.
* * * Quer saber mais sobre o assunto? Confira a "Lead Hair" Theory, levantada pela Chicoro, neste link (em inglês).
* * * Quer saber mais sobre o assunto? Confira a "Lead Hair" Theory, levantada pela Chicoro, neste link (em inglês).
Oi Nica, eu gostei muito do Post, mas fiquei em dúvida: Meu cabelo tem um corte repicado, desde do ano passado... Atrás é mais comprido do que na frente.. Ai eu comecei a fazer o regime capilar incluindo twists , deixando o cabelo secar ''naturalmente'' uma vez por mês. Pude notar que meu cabelo deu desenvolvida boa em 20 dias!! Só que eu estou fazendo também aquele processo de identificar eliminar as pontas... Mas devido ao corte as pontas de trás são maiores. O que devo fazer? Cortar ou deixar?
ResponderExcluirObrigada :*
Oi, Rafaela!
ExcluirBom, pelo que você contou, essas sus pontas são devido ao corte, e não ao desgaste do cabelo. Vc pode continuar identificando e eliminando as pontas, mas não corte cachinhos e sim apenas os fios, individualmente, em que você achar problemas. Dá um pouco mais de trabalho mas acho q não vai estragar o seu corte de cabelo. A não ser que você não queira mais o repicado...
Bjos!
Olá Nica,
ResponderExcluirNão sei se tem mmuito a ver com o post mas ouvi falar que o excesso de reconstruções pode fazer o cabelo quebrar, bem como a falta delas, também ( e a quebra é um dos motivos q fazem a gente aparar os cabelos). Mas como saber se o cabelo tá quebrando pela falta ou pelo execesso de reconstruções?
Obrigada!
O cabelo com falta de proteína costuma ficar meio elástico. Eu costumo sentir isso qnd vou pentear.
ExcluirJá o cabelo que quebra por causa do excesso de proteína fica meio rígido, áspero, e os fios q quebram costumam ficar meio q "espetados", como se fosse um frizz, principalmente no topo da cabeça, se o seu cabelo for encarapinhado nesta região.
Não sei se essa é um explicação universal, mas é o que eu percebo na minha experiência com os cabelos.
Espero q tenha ajudado! Bjos!
Oi Nica, preciso desabafar. Tenho 33 anos e passo algum tipo de química desde os 9. Sinceramente não sei qual o meu tipo de cabelo. Só tenho uma foto de quando era criança em que ele está todo para cima. Mas acho que era o corte que minha mãe fazia. De um mês para cá, resolvi fazer o cronograma capilar e meu cabelo tem estado ótimo. Uso alisamento à base de tioglicolato. Mas penso como seria meu cabelo sem química? Já que ele parece não ter definição. Andei perguntando a alguns conhecidos e todos acham maluquice e até meu namorado só gosta de cabelo liso. Penso em arriscar, mas tenho medo, acho que tenho até vergonha, meu trabalho é tão burocrático... Quero tentar, mas acho que eu mesma tenho preconceito.
ResponderExcluirOi, Eliza!
ExcluirEntão, o processo de retorno ao cabelo natural é trabalhoso e demorado. Não vou mentir e dizer pra vc que é simples. Além da questão do tempo - porque precisa esperar o cabelo crescer, esperar ele responder ao tratamentos, experimentar para descobrir quais são os melhores produtos e técnicas para ele - ainda tem o fator emocional. Como vc falou, desde criança não sabe como é o seu cabelo, já se acostumou a uma imagem de você e é claro que não ser mais desse jeito que vc sempre foi pode ser um baque.
Por outro lado, o processo todo é muito gratificante. Muitas vezes o retorno ao natural é um resgate das nossas raízes, da negritude, ou uma forma de ter uma vida mais saudável, ou simplesmente uma libertação da obrigação de frequentar salões e optar pelo DIY. Não sei o que te move a pensar em retornar ao cabelo natural, mas muitas vezes é uma questão de amadurecer mais a ideia para se livrar da dúvida. Também é uma questão de pensar no que o cabelo significa pra você. Que imagem você acha que passa com cabelo liso? Como vc acha que seria vista com o cabelo natural? Faz sentido fazer esse tipo de associação entre o cabelo e o valor ou o caráter que vc teria?
Digo isso porque, como vc mesma mencionou, muitas pessoas acham que ambientes formais, corporativos, só "aceitam" o visual liso, o que não é, absolutamente, verdade. Temos aí a presidente da Xerox que não nos deixa mentir... O vestir-se formalmente é um conjunto que não depende em nada do tipo de cabelo - não adianta vc estar com o cabelo liso e ir trabalhar de chinelo, né? rsrsrs
Sobre o ter definição ou não ter, também é uma questão de reflexão e mudança de perspectiva. Os cabelos são do jeito que são, e não ter cachos não faria o seu cabelo menos bonito ou menos aceitável do que um cabelo com cachos definidos.
Bom, pense mais um pouco... Não precisa tomar a decisão pra ontem, vc tem o seu tempo para fazer a sua escolha. Não se sinta melhor ou melhor por optar por um ou outro caminho, cada um tem a sua história, suas razões e sabe até onde suporta ir. Acho muito legal que mesmo com o cabelo alisado, ele esteja aproveitando as dicas que as naturais dão! Espero que, independente do rumo que você tomar, as dicas continuem sendo úteis :)
Bjos e boa sorte!
Oi Nica
ResponderExcluirEstou com o cabelo natural há um ano e meio, então ainda está bem curto. Ultimamente comecei a perceber que ele embaraça mais e as pontas ressecaram um pouco. Embora esteja experimentando produtos novos, acredito que precise proteger um pouco mais minhas pontas, então vim pesquisar aqui no blog uma forma de fazer isso mesmo estando curto, como você fazia nessa fase? Abusando mais um pouco, rs, minha rais está, de uns tempos pra cá, aparentemente sem definição; eu finalizo o cabelo e algumas mechas, por mais finas que as separe (pq meus cachos são muito, muito finos...), só enrolam do meio para as pontas, e a raiz fica quase que com aspecto blow out! O que pode ser? Capricho nas nutrições, manteigas, óleos vegetais, mas não consigo resolver isso Nica.
Muito obrigada por sua atenção, um super beijo!
Oi, Amanda!
ExcluirQuando meu cabelo estava mais curto também acontecia isso: a raiz parecia indefinida e do meio pras pontas os cachinhos se formavam. Não sei exatamente o que era, talvez pelo comprimento do fio ele fique com esse efeito. Eu costumava fazer dedoliss (fazer cachinhos com os dedos) para melhorar um pouco a diferença.
Para proteger as pontas nesta fase em que ainda não dá para fazer penteado protetor, acho que o método LOC é bem interessante. Ah, e claro, a proteção na hora e dormir é fundamental ;)
Bjos!! Obrigada pela sua visita!