Fonte |
Mal deu para digerir a última postagem, e mais uma vez nossos cabelos crespos/encarapinhados estão na mídia - infelizmente, em mais um caso que envolve discriminação. Dessa vez foi nos Estados Unidos, com uma garota de apenas 12 anos, que recebeu um ultimato: mudar seu cabelo ou ser expulsa da escola onde estuda.
Vanessa VanDyke, a menininha cheia de atitude em questão, disse que não irá cortar seu cabelo. "Ele mostra como sou única", ela diz. "Ele é armado e eu gosto dele assim", completa. Ela recebeu o apoio da mãe, que também questiona o regulamento da escola, o qual determina que os cabelos dos alunos "não podem ser uma distração": "Uma distração para uma pessoa pode não ser para a outra. Pode haver um aluno com espinhas no rosto. Vão chamar isso de distração?", indaga a mãe.
O fato é que pouco tempo depois de a notícia sair em diversos sites de notícias pelo mundo, os administradores da escola vieram a público dizer que não ordenaram que a menina cortasse o cabelo, sob o risco de expulsão, mas "apenas" que o penteasse de forma diferente.
E nesse momento, voltamos à pergunta lançada na última postagem: será que nosso cabelo é realmente aceito, do jeito que ele é de fato?
Todos nós sabemos que o cabelo crespo não cresce "para baixo", pelo menos não em um primeiro momento. Não parece justo que o fato de uma criança ter cabelo crespo deve privá-la da possibilidade de ter um cabelo comprido, já que outras meninas, com outros tipos de cabelo, podem usá-lo grande e solto. Da mesma forma, não soa igualitário que, por ter um determinado tipo de cabelo, uma aluna deva se submeter a procedimentos químicos ou até mesmo usar produtos para estilizar os fios que as outras não usem necessariamente.
O que chamou a atenção de muita gente foi o fato de esta solicitação ter vindo da escola, justamente a instituição que deveria educar as crianças no sentido de torná-los mais tolerantes às diferenças entre os indivíduos e hábeis a conviver em sociedade de forma harmônica. A família da menina reclama que ela vinha sofrendo bullying desde que começou a usar o cabelo assim, há vários meses, e a escola não tomou providências em relação a isso. Pelo contrário, reforçou o motivo do assédio ao não reconhecer a individualidade e a singularidade de um de seus alunos, e o seu direito a ser respeitado, independentemente de suas escolhas estéticas.
O fato é que, infelizmente, a escola, em geral, ainda é um espaço de reprodução de preconceitos. Não só quando se omite, quando faz vista grossa para casos como este, mas também quando ela própria aponta a vítima como culpada de seu sofrimento, ou ainda quando ela mesma reproduz o discurso do preconceito, rotulando os alunos considerados diferentes ou desviantes do perfil estético esperado.
Há de se repensar esse tipo de norma escolar que é, em essência, discriminatória. Sabemos que normas devem ser respeitadas, mas elas também devem ser alvo de que questionamento e mudança, caso não abarquem as individualidades do grupo que pretende atingir.
Fica a pergunta que fiz há algum tempo para pais e mães, dessa vez para os educadores: o queremos ensinar às nossas crianças? O que nós, enquanto educadores, podemos fazer para levar noções de respeito às diferenças para a escola?
O cabelo dela é lindo. Eu sempre fui vítima de bulling na escola por causa do meu cabelo. Eu era chamada de Bombril. Ja tive trauma, mas descobri o quanto meu cabelo é lindo, adoro ele assim, e descobri também que muuuuuitos meninos tem um "tombo" pelas crespinhas!
ResponderExcluirHojr vi no Bom Dia Brasil que um menino se oito anos, está passando pela mesma situação aqui no Brasil, em São Paulo. A escola não quer fazer a rematricula dele por causa do cabelo! Virou caso de polícia. Um absurdo!
ResponderExcluirNica e meninas, esse é o link da reportagem que citei no comentário anterior, referente à descriminação do menino com cabelo crespo: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/12/colegio-em-guarulhos-obriga-menino-cortar-o-cabelo-crespo.html
ResponderExcluirOlá, eu curti muito seu blog.Sou estudante de cinema e estou fazendo um documentário sobre preconceito com nossos cabelos afros estou buscando depoimentos de meninas que já sofreram algum tipo de preconceito, gostaria de saber se alguém tem interesse de me enviar alguma depoimento( se quiser enviar foto ótimo, senão só o depoimento é suficiente. Assim que estiver pronto envio pra vocês darem um olhada.
ResponderExcluir