Muitas das meninas que leem o blog me perguntam sobre meus produtos favoritos e como eu os utilizo. As dicas que venho dando aqui, de alguma maneira, são partes separadas e detalhadas da minha rotina de tratamento capilar. Mas justamente por causa disso, pode parecer complicado montar o quebra cabeça e entender onde cada uma delas se encaixa. Por esta razão, esta postagem será dedicada a fazer um apanhado do meu sistema de cuidados com os cabelos. Antes de falar deles, acho legal responder a algumas perguntas:
Como cheguei a esta rotina de tratamento?
Através de tentativa e erro e um pouco de pesquisa (tanto na internet quanto no “boca a boca”). Minha rotina capilar não é do jeito que é hoje desde sempre: eu quebrei muito a cara (e os fios!) até chegar a um conjunto de procedimentos que atendessem às necessidades do meu cabelo.
Desde que tirei as tranças soltas com aplique nunca mais utilizei nenhum tipo de relaxante ou alisante nos cabelos. Ainda assim, eles eram naturais mas não eram indestrutíveis: com os cuidados incorretos eles se danificavam e necessitavam de cortes constantes.
No fim das contas, os erros foram necessários e de certa forma até benéficos: se não tivesse feito tantas experimentações, talvez estivesse presa a uma rotina meia-boca, que me fizesse acreditar que meu cabelo tinha, de fato, restrições em termos de crescimento e definição.
Acho muito bom também destacar o papel importantíssimo da pesquisa virtual. Ler sobre a rotina de cuidados de outras meninas me deu várias ideias, que, mesmo que não pudesse implantá-las exatamente do jeito que eram descritas, me possibilitaram fazer adaptações e até mesmo criar novas formas de proceder, a partir delas.
Quanto tempo leva pra perceber os efeitos positivos no cabelo?
A partir do momento em que você descobre uma rotina capilar para chamar de sua, os resultados são percebidos a curto, médio e longo prazo. Em curto prazo, você pode notar uma melhora na maleabilidade e na hidratação – a sensação que se tem é de cabelo menos “palha”, mais macio. Em médio prazo, com certeza haverá uma melhora na definição, no brilho e na resistência. Finalmente, em longo prazo, você perceberá o crescimento.
Existem pessoas diferentes, cabelos diferentes e objetivos diferentes. Pra algumas, definição pode não ser um ponto fundamental – estas podem se ater aos produtos que tratem os fios da melhor forma, e que não necessariamente lhes dê definição de cachos, por exemplo. As que procuram justamente a definição talvez necessitem de uma caminhada mais trabalhosa, até achar os produtos e técnicas que forneçam tanto o tratamento que o cabelo necessita quanto a aparência que se deseja. E as que buscam crescimento precisam fazer escolhas hoje pensando sempre no amanhã: se tudo o que há no meio externo pode causar algum grau de dano aos fios, o objetivo deve ser reduzir ao máximo esses danos, ainda que para isso seja necessário algum sacrifício estético (usar o cabelo preso a maior parte do tempo, por exemplo).
Como saber que caminho seguir quando uma rotina não dá mais certo?
Antes de tudo, é preciso observar os seus fios e a reação deles diante dos produtos e técnicas que você costuma usar e que agora não estão mais trazendo os resultados esperados. Seu cabelo está quebrando porque está elástico? Talvez seja necessário uma reconstrução ou um tratamento com proteínas. Seu cabelo está ressecado, perdendo cachos? Talvez seja caso de procurar produtos hidratantes mais potentes. Ele está indefinido, com aspecto de algodão, mas não está ressecado? Invente uma forma de acrescentar óleos vegetais nos seus tratamentos. As pontas estão “desfiadas” (os fios não se prendem uns aos outros em forma de cacho)? Elas podem estar sofrendo com atrito e danos externos – penteados protetores podem ser úteis para dar um descanso aos fios. Já fez isso tudo e não deu certo? Pode ser que os cabelos precisem nada mais nada menos do que um bom corte, para retirar as pontas envelhecidas e danificadas.
Minha rotina
Eu optei por fazer uma rotina semanal por algumas razões. A principal delas é que eu não tenho tempo, durante a semana, de fazer todo o procedimento de lavar e estilizar os fios (gasto mais ou menos umas duas horas fazendo isso). E além deste motivo, preciso dizer também que sou adepta da baixa manipulação, ou seja, quanto menos eu mexer no meu cabelo, melhor para a integridade dele. Minha rotina também é adaptada ao
low poo, ou seja, uso xampus sem sulfatos e condicionadores sem silicones insolúveis ou muito aderentes aos fios.
Lavo os fios uma vez na semana com xampu (eventualmente revezo com
co-wash, quando acho que o couro não está tão sujo ou que os fios estão mais ressecados). O xampu que uso atualmente é o de Castanha do Brasil, da linha Amazônia Preciosa da Surya. O
co-wash eu tenho feito com a Máscara Banho de Gelo da Haskell. Ela é uma máscara antirresíduos que limpa muito bem o couro cabeludo. Em qualquer uma das lavagens, eu sempre divido meu cabelo em seções e trabalho com uma de cada vez, aplicando o produto na raiz, esfregando e enxaguando em seguida, para passar à próxima seção e repetir o procedimento. Sempre que termino uma seção, enrolo em um coquinho e prendo cada um com um clipe de cabelo.
Após a lavagem, eu seco meus fios, ainda nos coquinhos, com uma toalha comum. Não importa que seja toalha felpuda comum porque os cabelos estão presos e eu ainda vou estilizá-los, ou seja,
frizz não é um problema neste momento. Eu retiro o excesso de água para poder saturar meus fios com a misturinha de água + pantenol + glicerina, que ponho em um borrifador e distribuo pelo meu couro cabeludo, comprimento e pontas dos cabelos. Esse é o meu passo “L” do
método LOC.
Depois de 15 minutos, eu aplico óleo no couro e fios, dando atenção especial às pontas. Tenho notado que com o uso mais constante de pantenol no couro, o uso de óleos para combater a descamação não tem sido mais tão necessário. Logo, já não é mais sempre que aplico óleo no couro cabeludo – ele fica mais restrito ao comprimento e pontas, para selar a hidratação fornecida pela misturinha de água + pantenol (esta é a descrição do “O” do método LOC nos meus fios). Meus óleos favoritos para o couro são óleo de rícino, jojoba e eucalipto. Todos eles têm propriedades regeneradoras, antifúngicas, antibacterianas e de combate a dermatites. O óleo de rícino, especialmente, fortalece os fios, dando mais corpo. Por isso e pela sua textura mais viscosa, ele também é um perfeito selante da hidratação.
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Mistura e diluição de pantenol e glicerina em água |
Finalmente, depois disso, com meu cabelo sempre dividido em seções, eu desembaraço com os dedos ou com um pente e estilizo meus cachos seguindo o
método da Teri LaFlesh. Os condicionadores que uso são vários. Garnier Fructis Óleo Reparação, Elsève Arginina, Elsève Liss Intense Extreme são alguns dos meus favoritos. Todos esses são encontrados em farmácias e mercados. Também já utilizei o Hydrathèrapie, da linha Biolage da Matrix, com bastante sucesso, embora hoje em dia não o utilize mais. Sempre misturo ao condicionador algum outro óleo vegetal – de preferência um mais fininho e de fácil absorção, como argan ou macadâmia, especialmente quando opto pelo óleo de rícino no passo anterior. Como meu cabelo já tem óleo neste momento, eu procuro não exagerar no óleo misturado ao condicionador e opto por utilizar algumas gotas apenas. E este, por fim, é o meu “C” do método LOC
Para secar, eu sempre prefiro fazê-lo ao natural. Quando isso não é possível, utilizo o secador na velocidade mais baixa, a uma distância de uns 20 centímetros dos fios. Devo dizer que não tenho difusor, por isso opto pela distância maior – assim, só o calor e não o jato de ar propriamente dito atinge meus fios. Seco por partes, começando a direcionar o secador de baixo para cima, a partir do meu pescoço – eu o utilizo como se fosse secar minhas orelhas de baixo para cima, encostando o aparelho no meu peito. Faço isso cinco minutos de cada lado e depois mais cinco minutos com o jato direcionado de cima pra baixo, voltado para o topo da minha cabeça, pra secar a minha “coroa”.
Eu dificilmente seco o cabelo 100% e também nunca começo a secar o cabelo extremamente molhado: é sempre bom esperar o máximo de tempo que der antes de começar a secar e, depois de secar, dar mais algum tempo para o cabelo “assentar” e terminar de secar sozinho. Veja que secar as pontas não é o meu objetivo: o tempo todo eu tento voltar o secador mais para a raiz, mas sem ter que mexer muito no cabelo para que ele não perca definição.
Depois de seco, eu prendo em um coque, que permanecerá durante toda a semana como meu
penteado protetor ou, se quiser usar solto no dia seguinte, prendo em
banding. Na
hora de dormir, nunca abandono meu lenço de tecido sintético, que evita
frizz e protege os fios do atrito com o travesseiro.
E os tratamentos profundos?
Devo confessar que não faço tantos tratamentos profundos quanto gostaria e deveria, simplesmente porque eu tenho preguiça e pouco tempo disponível. Quanto consigo fazer, gosto das máscaras Relaxima, da Matrix, Absolut Repair, da L’Orèal e Masquintense, da Kérastase. Esta última contém proteínas e uso mais raramente mesmo porque sou mais cautelosa com tratamentos reconstrutores. Na verdade, estou em busca de um bom creme para reconstrução, mas ainda não encontrei o ideal (apesar de ter gostado muito do resultado da Masquintense). Por isso, sigo na tentativa e erro...
E a tesoura?
Desde 2008, quando comecei a rever minha rotina de tratamento capilar, eu não corto os cabelos. Ter tomado as medidas corretas poupou meus fios de muitos danos e recuperou, em parte, os que já existiam. Mas como não há como recuperar 100% um fio – uma vez danificado, sempre danificado - sinto que se aproxima o momento de eles se reencontrarem com a tesoura. Mas isso é assunto para uma próxima postagem...
Expor o passo a passo da minha rotina pode inspirar você a repensar a sua. De forma alguma os procedimentos que eu faço são os definitivos, os corretos para qualquer cabelo! Antes de tudo, podem dar uma noção do que fazer e do que não fazer nos seus. Depois disso, o resto é com você: para nosso autoconhecimento capilar, não há nada como a experimentação.